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Reticências da Vida

A necessidade moderna de querer ser notado.

Um grande problema dessa geração é a necessidade de aprovação, de querer ser vista. Festas, comidas, bebidas, viagens, roupas (até mesmo sem), tudo é para ser notado.

As consequências da necessidade de ser notado são as competições de números, méritos e comparações. Carentes que somos, também acabamos transformando isso em uma medida para a nossa vida pessoal, principalmente o que aparece nas redes sociais.

Contudo, há um grande problema nessa necessidade, que é: quem se preocupa demais com a própria imagem, geralmente não mostra a própria imagem. Esse paradoxo moderno que anseia notoriedade, cria um personagem que não somos. Isso não passa de um devaneio irreal nosso.

Nem tudo é mentira, eu sei. Mas que importa é que precisamos entender que por mais que sejamos vistos (ou não) não muda em nada quem somos. Querer palco demonstra na verdade o seu vazio interior. Portanto, fique sabendo, não precisamos ser famosos, muito menos ser sempre lembrados.

O amor espera por você!

Existem estudos que apontam quantas almas gêmeas em potencial teremos durante nossas vidas. Estudos como esses revelam quanto somos condicionados a esperar que a vida nos presenteie com algo. Como se o amor fosse aparecer na nossa caixinha de correio, ou esperando pronto até ser encontrado.

Quem sabe a pessoa amada chegue com os olhos apaixonados como nos desenhos. Quem sabe com aquele beijo que encaixa. Talvez goste das mesmas músicas e filmes. Ou talvez te compreenda por desde o início.

Toda visão romântica é poesia. Sim, é bonito, mas é bobo. Porque nada será nosso se não formos corajosos o suficiente para ir atrás, transformar, construir: fazer acontecer. Na vida real, o amor é uma decisão, é ação! Chega quando abrimos espaço, quando buscamos o que queremos. E mesmo que você tenha sorte de aparecer um amor de primeira, o ofício de criar e fortalecer a relação ainda continua sendo seu.

O amor não vem pronto encomendado sob medida. Por isso mesmo, devemos ter coragem de enfrentar nossos próprios medos e contradições, desconstruir e reconstruir a si próprio.

Não compete apenas ao acaso ou obra divina aquilo que só pode ser cultivado no fundo de nossas almas. Não espere muito pelo amor, é ele quem espera de você.

Não tenha medo de tomar uma decisão para vida toda

Leia ouvindo: Heaven – Calum Scott

“Será se estou pronto?”, “Será se serei capaz?”, “Preciso melhorar nisso”, são frases comuns antes de uma pessoa tomar uma decisão definitiva de algo. E é totalmente compreensível, afinal “Para sempre é muito, muito tempo e o tempo tem um jeito de mudar as coisas”. Tomar alguma decisão que envolve o “sempre” deve ser bem pensada e ter bastante maturidade. Justamente por nós conhecemos nossas próprias fraquezas, e geralmente não consideramos prontos o suficiente.

Cada vez menos pessoas tomam decisões definitivas em suas vidas (com maturidade). O motivo? Associamos o “sim” definitivo simplesmente como abrir mão das diversas possibilidades de curtir a vida, principalmente em tempos modernos como hoje que pregam a libertinagem. Porém, a verdade é contrária, liberdade é ter o mundo de possibilidades e, mesmo assim, escolher aquela.

É triste ver o medo nos vencendo. Decidir ficar com alguém “até que a morte separe” não é aprisionamento, mas o uso mais perfeito da liberdade. Nossos corações não foram feitos para viver em relacionamentos com prazo de validade.

Melhorias? Sempre existirão até o fim da sua vida. Medo de se machucar ou o outro? É uma certeza independente da sua decisão. A pergunta é: Pelo que vale a pena sofrer? Pelo eterno ou pelo perecível?

A verdade por trás do “não vejo alguém interessante”

Leia ouvindo Like a Rolling Stone – Bob Dylan

Quando uma pessoa afirma que ninguém é interessante, isso revela muito mais sobre si mesma do que sobre os outros. Ao rotular aqueles com quem interage como “pouco (ou nada) interessante”, ela demonstra que não se interessa verdadeiramente por ninguém. Essa falta de empolgação é um sinal de seu desligamento do mundo ao seu redor, quase como se não estivesse mais olhando pela janela para apreciar uma vista.


Esse desinteresse emocional impede que ela se envolva com as histórias dos outros e tire boas experiências. Essa pessoa pode estar tão concentrada em si mesma e em suas necessidades que ignora a singularidade dos outros. Ela pode até ter uma certa arrogância, achando que já viu, viveu, experimentou e conheceu tudo na vida e que nada mais pode surpreendê-la. Criando imagens pré-feitas de tudo, baseadas em seu olhar superficial e pouco esforçado.


Ao afirmar que as pessoas são fúteis ou banais, essa pessoa revela apenas a paisagem mental em que a própria habita. Por isso, é importante lembrar que nossas afirmações refletem muito mais sobre nós mesmos do que sobre os outros. Devemos pensar duas vezes antes de conceituar e julgar alguém, pois pode ser que estejamos falando mais sobre nós mesmos do que sobre a pessoa em questão.

Quem se incomoda com o outro é quem mais precisa resolver os problemas dentro de si.

Leia ouvindo Audioslave – Be Yourself

Atualmente, há uma crescente preocupação sobre autocuidado, que abrange desde a aparência, estilo de vida, carreira, crenças espirituais e, acima de tudo, saúde. No entanto, ainda muitas pessoas encontram desculpas para não cuidarem de si mesmas.

É comum negligenciarmos nosso lado humano: trabalhar por horas sem descanso, alimentar-se mal, cultivar relacionamentos com base em vaidade e cobiça, e dar mais ouvido às necessidades do corpo do que as do espírito. No entanto, a solução para muitos dos males do mundo pode ser encontrada em pequenos atos de autocuidado. Comer e dormir bem, cultivar amizades saudáveis, reconhecer nossa vulnerabilidade e aceitar que algumas coisas estão além do nosso controle.

Cuidar de si mesmo não só nos torna mais felizes e satisfeitos, como também não perdemos tempo olhando a vida do outro, ou seja, gente feliz não se incomoda com o outro. É importante lembrar, no entanto, que quem está sobrecarregado demais, não estar cuidando de si (ou até nem mesmo se cuidando).

O seu medo de sofrer é a causa da sua dor.

Leia ouvindo Rosyln – Bon Iver

Somos uma geração de pessoas super sensíveis a qualquer grau de desconforto. Basta uma responsabilidade a mais, uma ameaça imaginaria de sofrimento que imediatamente fogem e negam qualquer sombra de mal-estar chegue.

Esse medo ao sofrimento está propagando uma onda de pessoas reclamonas, insatisfeitas e que terceirizam seus problemas, nunca sendo autores das suas histórias. Essas pessoas criam um script imaginário onde mantem controle sobre cada evento, pessoa ou variável ao seu redor. Criando uma vida automática, esteriotopada e mascarada, que internamente é ansiosa e vazia.

Dessa forma essas pessoas acabam achando o que mais evitam: o sofrimento. Hoje pessoas não querem casar, ter filhos, possuem problemas sexuais, alguns com problemas profissionais onde não querem ter papéis de liderança ou até mesmo situações de socialização.

Atitudes que poderiam e deveriam ser valorizadas como generosidade, sabedoria, amor ao próximo, perdão, resiliência ficam empoeiradas nas prateleiras do coração.

Para saber lidar com o sofrimento é preciso admitir que ele venha desajustar um pouco seu excesso de certezas e o orgulho. Assim como no judô, primeiro você tem que aprender a cair. É pelo caminho da abertura, da entrega e a aceitação da vulnerabilidade que o sofrimento será menor. Aquele que se fecha para o sofrimento, sofre por mais tempo. Enquanto aquele que sabe fluir entre os altos e baixos da vida pode até sofrer, mas logo se renovará.

Não fujas dos sofrimentos, porque neles está a tua saúde.

Ouça ouvindo Vai Valer a Pena – Livres Para Adorar

O sofrimento humano, apesar de ser universal, é algo único e particular. Cada um com sua particularidade, mas todos nós somos portadores de uma dor. Logo, não caia nesse engano, toda vez que tentar comparar ou medir uma dor, tenha empatia.

A dor, olhando de uma maneira inteligente, está nos dizendo sobre que rota precisamos mudar ou melhorar, qual a fórmula de nós mesmos que esgotou, e o que precisamos abrir mão. A dor ou o incomodo nos faz sair do lugar, nos alerta que estamos inertes e acomodados.

O Senhor nunca prometeu uma vida sem dor. Ele não livrou nem o próprio filho enquanto esteve com nós. Entretanto, saiba que ele jamais te deixará desamparado. O sofrimento é sempre pior quando nos fechamos. Então, quando você estiver diante da dor, peça que que Deus te ilumine, dê consciência e permita que lembremos, que por trás de toda Cruz há uma Ressureição.

“Tomai cada um a sua cruz e ide em direção às dores que trazem alegria, à morte que faz nascer para uma nova vida” Se o próprio Cristo encarou a dor, por que você não irá?

Deixem os pais serem pais.

Leia ouvindo: My Boy – Elvis Presley

Não sou pai, mas o dia dos pais sempre foi uma data menos comemorada do que a das mães. É como se as pessoas esperassem pouca coisa dos pais.

Com toda certeza você já deve ter ouvido a expressão “Mãe é mãe”. Concordo, mas a verdade é que a maior parte dos homens não é treinada a ser um pai afetuoso, presente ou sábio. Aliás, a maior parte de nós homens é educada a ter uma moral duvidosa. Logo, muitos se mostram limitados emocionalmente para administrar sentimentos. Entretanto, não é só por imaturidade ou por falta de caráter que vejo relacionamentos bem problemáticos entre pais e filhos, mas também porque muitas mães ressentidas atrapalham o relacionamento.

“Nós sabemos que seu pai não presta!” ou “Você está parecendo com seu pai!”, olhando bem essas frases podemos perceber que esse “pai” que a mãe refere-se está mais ligado ao homem-marido do que homem-pai, tornando algo bastante nocivo o relacionamento paterno. E um homem adulto desconectado do seu pai resulta em uma pessoa emocionalmente frágil. Dificilmente ele sentirá emocionalmente seguro de si, hesitando a cada decisão.

Como mudar isso afinal? Primeiramente, as mães precisam olhar para si mesmas e o amor que sentem pelo filho, e reconhecer do fundo do coração que aquele é o pai, goste ela ou não. Depois permitir uma aproximação sem filtro entre o pai e o filho.

Canalha, pilantra ou mentiroso? Talvez, mas as vezes na experiência da esposa. Para o filho ele é o pai, caberá ele decidir futuramente o adjetivo adequado para ele.

Quem você obedece nas redes sociais?

Todo dia eu perdia boas horas da minha vida em rede social. Seguia coisas das mais diversas possíveis, de política a moda, e sempre que eu me afastava do celular, batia um sentimento estranho. Hoje, graças a Deus, eu não tenho mais rede social e vejo o quanto daquilo que eu consumia não me pertencia.

Com toda certeza as redes sociais são os meios de comunicação que mais afetam e influenciam as vidas das pessoas. Não é atoa que bilhões são investidos nessas empresas. Antigamente, a gente acompanhava a vida das celebridades pelas capas de revista e pela TV, até mesmo a ideia de padrão de beleza existia, mas não era tão próxima assim da gente. Mas hoje sabemos a vida do nosso vizinho e tudo que ele faz… ou não…

Sabemos que muita coisa que é postada não bate com a realidade. São fotos cheias de filtros, tiradas do contexto e editadas. Se antes a comparação era com seres inatingíveis como celebridades, agora a comparação é com alguém real. As redes sociais trouxeram esse modelo de perfeição para um nível “atingível”, o que causa ainda mais ansiedade e agrava os sintomas de depressão e autoestima dos influenciados.

Hoje, sem rede social, em vez de ficar comparando a minha vida com pessoas ou desejar objetos que ainda não tenho, eu comecei a olhar para minha história, se realmente preciso de algo ou é apenas capricho.

Dos problemas do mundo até a moda, você já se perguntou o quanto você consome nas redes realmente faz parte da sua vida real?

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